sábado, 5 de março de 2011

Sometimes.

O sol forte e o vento que trazia areia entre suas curvas invadia meus olhos, me impedia de continuar caminhando. Parei e sentei-me de modo que as ondas molhassem meus pés. Não foi suficiente. Caminhei mais até que pude sentir a água me envolvendo e acariciando minha pele, embaraçando meus cabelos.
Após um longo mergulho e nenhum pensamento, voltei para onde estava e me deitei de bruços, apoiando o rosto em um dos braços. Eu não esperava nada além de alguns minutos de paz e um bronzeado. Sequer imaginei a possibilidade de reencontrá-lo.
A pessoa que poucos anos atrás me fazia rir e querer sorrir. O garoto que me jogava ao chão, quebrava minhas bonecas e colava chiclete no meu cabelo. É , acho que a idade fez com que ele implicasse menos comigo, ou pelo menos fizesse algo melhor que isso.
Ele chegou, deitou-se ao meu lado e eu não escondi a expressão de desprezo, alegria e surpresa. Ele não era mais um garoto chato.Ele não era mais um garoto. Conversamos e percebemos o quanto mudamos, eu não sentia mais vontade de matá-lo, mas ele ainda parecia querer me deixar no chão, mais precisamente na areia.
Foi fácil sorrir, foi fácil ficar ali.
Fomos fáceis.


Algumas coisas acontecem por acaso, se vão e se perdem, às vezes voltam, outras vezes não.

Um comentário:

  1. Que coisa mais delicada, moça.

    Pagaria para acompanhar, mesmo que de longe, os sorrisos, os olhares e a cumplicidade trocada entre os dois.

    Beijo.

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